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Aproveite o Carnaval para um programa cultural no Museu de Congonhas

 

Ainda dá tempo de conhecer a vida e a obra de um dos maiores paisagistas do Brasil: Burle Marx

 

O Carnaval é tempo de folia e animação. Mas também pode ser uma oportunidade para quem prefere aproveitar o feriado para passear e conhecer o surpreendente acerco com as obras de arte produzidas por Roberto Burle Marx. A exposição inédita pode ser vista no Museu de Congonhas (Alameda Cidade de Matosinhos de Portugal, 77 – Congonhas). Localizado a apenas 83 quilômetros da capital mineira, o Museu irá funcionar no período de Carnaval na sexta, sábado, domingo, das 9 às 17 horas e na quarta-feira de cinzas, das 13 às 21 horas. Os ingressos custam R$ 10,00 (inteira) e na quarta-feira, a entrada é franca.

 

A exposição “Burle Marx – Entre as cúpulas brancas dos Passos”, traz uma inédita leitura curatorial da obra do artista, em diálogo com o espaço externo, onde está localizado um de seus mais belos jardins em Minas Gerais. Estão expostas no Museu de Congonhas, gravuras, pinturas e esculturas realizadas pelo artista plástico e pertencentes ao Sítio Burle Marx. A mostra instiga o visitante a compreender o pensamento deixado pelo paisagista nos Jardins do Santuário de Bom Jesus de Matosinhos. A intenção é a de revelar como Burle Marx, a partir de aspectos figurativos presentes no início da trajetória visual, foi desconstruindo a forma, até criar um pensamento estético capaz de o inspirar em seus projetos paisagísticos.

 

Realização conjunta do Centro Cultural Sítio Roberto Burle Marx do IPHAN, em parceria com o Museu de Congonhas, a exposição inaugura a parceria entre as duas instituições, que desenvolveram ao longo de 2017, uma série de interlocuções com vários desdobramentos importantes. Entre eles, um diagnóstico da situação atual dos Jardins do Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, a partir do projeto original. A proposta é que se possa consolidar uma série de ações de revitalização e recuperação deste importante patrimônio do povo brasileiro.

 

Burle Marx e os Jardins do Santuário de Bom Jesus de Matosinhos

Pouca gente sabe, mas foi Roberto Burle Marx (1909-1994), um dos mais influentes paisagistas do século 20, o responsável por criar, em 1973, os Jardins do Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas. O espaço, ao ar livre, “Patrimônio Cultural Mundial”, a partir desta intervenção, ganhou notoriedade permitindo que o visitante pudesse visualizar, sem barreiras e ao fundo, o patrimônio histórico edificado, criando um espaço único de convívio e contemplação.

 

O pensamento estético do artista tem sido alvo de variadas reflexões. “O jardim de Burle Marx não se subordina à natureza, à arquitetura, ao lugar, à tradição, mas sua identidade existe em equilíbrio com eles; utilizando os alia e transforma. Parece, portanto, apropriado entender a sua obra como uma "tatuagem" uma operação delicada que leva em consideração as características do lugar e é ao mesmo tempo contundente; com um grafismo, se define uma paisagem diferente daquela na qual este é inserido”, afirma a paisagista Ana Rosa de Oliveira, no texto “A construção formal do jardim em Roberto Burle Marx”.

 

A proposta de reformulação e embelezamento dos Jardins do Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, remonta à presença dos Padres Redentoristas em Congonhas, em meados do século passado, então responsáveis pela gestão do local. Hoje o Santuário é administrado pela Arquidiocese de Mariana. Antes da intervenção de Burle Marx, o lugar possuía um visual carregado dificultando a apreciação do sítio histórico.

 

No projeto de reformulação, o paisagista utilizou plantas brasileiras da região, como o Cipó de São João, a grama batatais, os ipês amarelos, as palmeiras e o alecrim de Campinas. O projeto do jardim, em formato de linhas sinuosas e modernas, passou a sinalizar o caminho da Cruz, compondo um espaço único de convívio e contemplação em diálogo com a paisagem do entorno.

 

Museu de Congonhas

Construído para potencializar a percepção e a interpretação das múltiplas dimensões do Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, sítio histórico que, desde 1985, detém o título de patrimônio mundial, o Museu de Congonhas abriga importantes acervos que tratam das manifestações da fé no passado e no presente, como a coleção Márcia de Moura Castro, formada por ex-votos e santos de devoção; a coleção de livros do Fábio França, que é referência no Brasil sobre o barroco, a arte e a fé; além das réplicas e cópias de segurança dos profetas de Aleijadinho.

 

O espaço, inaugurado em 2015, fruto da parceria entre a Prefeitura de Congonhas, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco no Brasil) e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), tem, ainda, forte atuação cultural. Em sua programação constam apresentações artísticas, como espetáculos musicais, de dança, teatrais.

 

Também se tornou um espaço para a produção de conhecimento, com a realização de conferências, seminários, oficinas e cursos diversos. Estudantes da região de Congonhas e de instituições de todo o país têm visitado o espaço diariamente para desenvolver projetos de extensão da sala de aula. Também se qualificou como um roteiro imperdível para os turistas que visitam Minas Gerais.

Fonte (Etc Comunicação)

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