MCo organiza exposição fotográfica em comemoração ao Centenário de Zé Arigó
Nascido na cidade de Congonhas do Campo, Minas Gerais, no dia 18 de outubro de 1921, filho de Antônio de Freitas Sobrinho e Maria André de Freitas, vindo de uma infância pobre, a vida de José Pedro de Freitas, o “Zé Arigó”, não foi nada fácil. Filho mais velho de outros nove irmãos, teve não só o período da infância, como também o da adolescência, dedicados ao trabalho árduo na fazenda de seu pai.
José Pedro de Freitas era “matuto”, “criado na roça,” uma pessoa rústica. Daí a origem do apelido que seria mundialmente conhecido como “Zé Arigó”. Casou-se em setembro de 1943, ainda muito jovem com Arlete Soares, com quem viria ter seis filhos homens. O contato com a mediunidade começa bem cedo para Arigó. Quando garoto, já tinha visões das quais não sabia explicar e por mais que tentasse ninguém poderia compreendê-lo. Por muitas vezes, era atormentado por pesadelos com vozes em outra língua, a imagem de um homem alto, careca e rosto avermelhado. As cenas faziam parte do seu cotidiano.
Mesmo depois de casado, Arigó não entendia aquelas mensagens e só depois de três anos, de um período de incertezas, termina tamanha dor, dando lugar a um novo momento: o homem de aparência estranha com quem teria vários pesadelos era um médico alemão chamado Dr. Fritz que, por meio da mediunidade, junto a José Pedro de Freitas ajudaria a quem passasse por alguma enfermidade. A partir daí, Arigó aceitaria sua missão dando sequência a um grande número de cirurgias realizadas pelo espírito do Dr. Fritz e sua equipe no Centro Espírita Jesus Nazareno.
Arigó tornou-se um homem público, mundialmente conhecido, trazendo ao mesmo tempo adoração e desafetos. A então cidade de Congonhas do Campo também passa a receber tamanha notoriedade. Resumidamente, a cidade passa a ser procurada por pessoas de várias localidades em busca de Arigó com uma única intenção: a cura. O médium destacou-se assim, para a maioria das pessoas, como um homem de bem, humilde, com formação educacional primária que, ao incorporar o espírito do doutor Fritz, passou a atender milhares de pessoas utilizando-se de materiais corriqueiros como facas e tesouras sem esterilização, contrariando a medicina e solucionando as mais variadas enfermidades.
Nesse mesmo período, vários estudiosos norte-americanos especialistas em parapsicologia são atraídos até a cidade para explicar racionalmente este fenômeno. O conceituado Dr. Henry Puharich e sua equipe chegam à conclusão declarando aos diversos meios de comunicação da época, que “Zé Arigó era um desafio à ciência mundial”. Dos desafetos, surgem perseguições religiosas e ameaças da medicina tradicional que o acusou de curandeirismo. O primeiro processo criminal contra Arigó foi em agosto de 1956, onde o médium foi julgado e recebeu indulto do presidente Juscelino Kubitschek. Posteriormente, foi novamente a júri em 1964, sendo condenado a 14 meses de prisão, dos quais cumpre apenas sete, terminando com a retirada de todas as acusações feitas ao médium.
O tempo passa e Arigó mantinha religiosamente seus atendimentos, incluindo o período que esteve na prisão. A única exceção dos atendimentos dava-se nos dias de domingos, tempo destinado para estar próximo da família. A sua missão termina aos onze dias do mês de janeiro de 1971, por volta das 12h30 de um tempo chuvoso, quando José Pedro de Freitas viria a falecer em um acidente de carro na antiga BR3.
Programação Centenário Zé Arigó
18h30: Exposição Fotográfica no Museu de Congonhas; (Museu de Congonhas)
19h00: Palestra com a escritora Leida Lúcia de Oliveira, autora do livro "Cirurgias Espirituais de José Arigó";
20h00: Peça teatral "Zé Arigó - Mensageiro da Luz" com o grupo "Dez Prás Oito".
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