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15 de dezembro de 2015
 
Museu de Congonhas abre as portas ao público

Museu joga novo olhar para o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos e
visa a promover pesquisas e maior desenvolvimento na região. 

 

Cerca de 80km separam a capital mineira, Belo Horizonte (MG), de um dos maiores tesouros barrocos do país: o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, localizado em Congonhas, Minas Gerais. Declarado Patrimônio Cultural Mundial em 1985, o sítio conta com uma das grandes obras de Aleijadinho, os 12 profetas esculpidos em pedra, entre outras preciosidades, como as seis capelas anexas.

A partir desta terça-feira (15/12/2015), moradores e turistas contarão com novo espaço dedicado a esse sitio: o Museu de Congonhas. Além de jogar novo olhar sobre esse patrimônio, a instituição permitirá maior entendimento desse período histórico-cultural e promoverá o desenvolvimento de estudos e pesquisas.

O museu abriu as portas ao público nesta terça, após cerimônia de inauguração, realizada pelo Ministério da Cultura (MinC), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO no Brasil), o governo federal e a prefeitura de Congonhas. A inauguração integra as comemorações dos 30 anos do título e dos 70 anos de existência da UNESCO.

Presente na cerimônia de abertura, a presidente Dilma Rousseff salientou o papel do museu para promoção de desenvolvimento cultural, turístico e econômico na região e na diminuição de dependência na mineração. Parabenizou a todos os envolvidos no projeto, que levou cerca de 10 anos para ser concretizado.

Dilma falou ainda sobre futuras ações de preservação que serão realizadas na cidade. “A intenção é transformar o museu em um centro de referência para estudos e pesquisas sobre o Barroco e conservação de monumentos em pedra sabão”, adiantou.

Emoção

Emocionado, o ministro da cultura, Juca Ferreira, também enfatizou os mais de 10 anos de perseverança, empenho e trabalho de todos os envolvidos para que o museu ficasse de pé. “A emoção de vocês é minha também. Estive aqui há 12 anos, quando era secretário-executivo do Gilberto Gil, ele prometeu que faria esse museu”, lembrou.

“Esse museu significa muito para a cultura brasileira. Congonhas é um centro voltado à formação e pesquisa e este museu qualifica as visitas à cidade e permite contextualizar quanto a sua história e valores na arte”, afirmou. “Do Brasil das minas e dos ouros, brotou o talento de Aleijadinho, cuja arte marca de maneira única essa cidade, este estado e (nosso) país”, completou.

Jurema Machado, presidente do Iphan e uma das grandes responsáveis pela concretização do museu, disse ser um dia “muito especial e uma emoção concluir um trabalho tão longo”.

O Representante da UNESCO no Brasil Lucien Muñoz salientou a importância do museu. "O conceito desse museu é que seja um vetor de desenvolvimento para Congonhas. Ele visa potencializar os atributos do sítio do patrimônio mundial como também a valorização da peregrinação e vocação religiosa deste lugar", afirmou.

A cerimônia de abertura também contou com a presença do presidente do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Carlos Roberto Brandão, e do prefeito de Congonhas, José de Freitas Cordeiro, entre outras autoridades.

O museu

A exposição permanente que inaugura o Museu de Congonhas, cuja curadoria é assinada por Letícia Julião e Rene Lommez, trata das manifestações da fé no passado e no presente, em particular, o sentido de exteriorização da devoção projetado na monumentalidade teatral do espaço do Santuário, nas práticas da romaria e nos ex-votos. A mostra também retrata o Santuário como expressão de trânsito cultural resultante da expansão portuguesa; da relação do espaço religioso com a vida urbana de Congonhas; do Santuário como obra de arte; do trabalho do Aleijadinho, mas, sobretudo, da produção artística como resultado de processo coletivo de distintos artífices; e do deslocamento da arte como transcendência da fé para o objeto de devoção convertido em arte.

O projeto expográfico, assinado pelo designer espanhol Luis Sardá, preza pelo cuidado com o público diverso que visita à cidade, oferecendo-lhe inúmeras possibilidades de apreensão do rico conteúdo do museu.

Instalado em um edifício de 3.452,30 metros quadrados m2, o museu foi construído a partir de um projeto do arquiteto Gustavo Penna, vencedor de concurso nacional. Contempla em três pavimentos sala de exposições, reserva técnica, biblioteca, auditório, ateliê, espaço educativo, cafeteria, anfiteatro ao ar livre e áreas administrativas. Recursos da Lei Rouanet foram usados para a sua construção. (Fonte: Cecília Coelho/Ascom do Ministério da Cultura)

 

 

 

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